Ainda me lembro do nosso reencontro.
No começo nos estranhamos um pouco,
tímidos, desacostumado talvez...

Mas enfim, esse dia chegou.
Tão grande foi a alegria do reencontro,
que logo já estávamos íntimos outra vez.

Até o sol resolveu nos acompanhar nos trazendo longos dias
E como num sonho de verão,
aproveitamos cada segundo do dia e da noite.

Saimos para tomar sorvete no parque.
As margens do rio, caminhamos despreocupados com o tempo.
E nos dias de chuva, dançamos desavergonhados pelas ruas.

Como crianças, nos divertimos pelas fontes da cidade.
E a sombra de uma árvore frondosa, desfrutamos da brisa leve ao cair da tarde.

A noite, fogos de artifício iluminavam o nosso céu,
onde também pudemos admirar o pôr-do-sol banhar o céu de laranja infinito.

Foi tão intenso.
Fui tão feliz...

Mas os dias passaram como um raio
Como um flash de um fotografo insano.
E é chegada a hora de se despedir.

Quando eu estiver desanimada, triste e solitária,
Quando o frio me impedir de sentir o calor do sol,
E tudo ficar mais branco.
Me lembrarei dos nossos lindos dias.

Vou sentir saudades de você.
Estarei aqui te esperando.
Até ano que vem,
Querido Shortinho...



Não ri não, é sério!
=P
Minha cunhada outro dia me perguntou curiosa sobre como era a cidade subterrânea de Montreal. Realmente, desde o Brasil, eu ouvia falar muito sobre ela, mas como sou uma daquelas raras mulheres que não gostam de shopping, nunca havia pensando como isso poderia ser interessante.

Tá, vai... não sou tão perfeita assim, eu gosto de ver as lojas, mas eu prefiro o comércio de rua, andar ao ar livre... essas coisas sabe?

Mas comércio de rua aqui é um evento, chega uma época do ano, que caminhar pelas calçadas distraidamente olhando as novidades das vitrines é algo arriscado. Além do tombo eminente, digno de video cassetada no Domingão do Faustão, um dedo da mão ou uma orelha podem cair no meio dos 5 metros de neve e nunca mais serem encontrados... convenhamos, nessa situação, nada como um lugar quentinho e seguro para conhecer as tendências Primavera/Verão e acreditar que um dia você vai voltar a usar Havainas.

A cidade subterrânea, também conhecida como Ville Intérieure (en Français) ou Underground City (in English) é realmente uma cidade para pedestres, mas não é só shopping. A cidade subterrânea tem escritórios e túneis que se conectam ao metrô, a prédios do governo, a grandes empresas, escolas, universidades, hotéis, a biblioteca e até a condominios residenciais.

No que diz respeito ao comércio, é um shopping como qualquer um outro, com praça de alimentação e cinema. Bom, o cinema fica na rua, mas com acesso pelo subterrâneo, então eu acho que podemos considerar que ele faça parte, né?

A foto ao lado foi tirada no nível Metrô, abaixo é o nível Túnel (onde tem a praça de alimentação e algumas lojas também), acima é o nível Rua, acima do nível Rua é o nível Galeria, e pode ter mais andares, que podem ser salas comerciais ou mais lojas.

Existem vários desses shoppings ao longo da cidade subterrânea, cada um desses complexos recebem um nome. Neles, além das lojas, cafeterias e praças de alimentação é possível encontrar também academia e supermercados, o que é muito conveniênte durante o inverno.

Nessa foto a sinalização indica o nível onde você está. A sinalização é boa, porém é muito fácil se perder, se perder da direção ou se perder nas milhares de lojas... rsrs

Quando eu cheguei ainda era inverno e passava a maior parte dos meus dias caminhando pelo subterrâneo, quando o tempo melhorou e eu pude explorar melhor as ruas, foi muito legal descobrir em que parte da cidade subterrânea eu estava acima da terra, praticamente descobri Montreal duas vezes.

Depois de conhecer quase tudo, arriba y abajo, me dei conta de que tinha andado pra dedéu debaixo da terra, praticamente uma minhoca... rsrsrs

Dê uma olhadinha aqui no mapa da cidade subterrânea e veja como é grande mesmo.

E aqui um vídeo que foi feito em um dos mais movimentados complexos, o Centre Eaton, que fica na Saint Catherine Street, no centro de Montreal:



Uma dica: em todas as estações do metrô e nos quiosques de informações da cidade subterrânea, é possível encontrar o mapa impresso da cidade subterrânea e o mapa do sistema urbano de transporte. Quando chegamos, foi ótimo pois nos ajudou a nos localizar e saber o ponto e o trajeto do ônibus. Na estação do metrô é só pedir um mapa na bilheteria, no site da STM tem o arquivo em pdf e dá pra colocar no smartphone, o link é esse aqui. Depois que você tiver um plano de dados, aí fica mais fácil ainda se localizar na cidade, que não é tão grande e é bem organizada, mas isso eu explico melhor num próximo post.
SAL é o Serviço de Atendimento ao Leitor, que peço licença a Flávia do Crônicas do Iglu para copiar (vi isso lá no blog dela). Recebi uma pergunta nos comentários e não sabia muito bem como responder. Ao tentar me informar, percebi que a dica podia ser muito interessante e ajudar outras pessoas, mas se eu colocasse lá no comentário, ficaria restrito à poucas pessoas, então pensei em fazer um post e compartilhar a informação com todo mundo.

A Aline é psicóloga e me perguntou como era a validação do diploma e quanto tempo demorava. Como eu não sabia muito bem como funciona essas coisas para as profissões que são regulamentadas, fui procurar me informar. Eu queria entender, fazer um passo-a-passo, mas o fato é que não dá, tudo é muito relativo. Para começar, a universidade exige o teste de conhecimento no idioma (TOEFL ou TFI) mas a pontuação mínima na prova é diferente para cada tipo de profissão. 

Ter pós-graduação, mestrado ou doutorado, podem fazer a diferença na hora da equiparação das disciplinas, o quão fluente você está no idioma também agiliza as coisas, então, tudo é relativo, depende de cada caso.

Mas como se informar? Comece procurando o conselho da sua categoria. A dica foi de uma amiga que é veterinária e que ainda do Brasil, procurou o Conselho de Veterinária do Canadá/Quebec e eles responderam todas as perguntas que ela tinha a respeito de validação do diploma por email.

Pelo que eu entendi, as profissões que são regulamentadas são validadas pelos conselhos. Minha profissão não é regulamentada, por isso nunca me aprofundei muito nesses assuntos. Se eu estiver errada em alguma coisa, se faltou alguma informação ou se alguém tem outra dica legal, deixe um comentário, por favor. Essa coisa de validar diploma eu sei que tira o sono de muita gente, até de quem está ainda fazendo o processo, quanto mais informação, melhor.

Aline, numa rápida pesquisa pela google, encontrei esse site http://ccppp.ca/ que é do The Canadian Council of Professional Psychology Programs. Espero ter ajudado.
Alguns poderiam ser evitados!

Fui toda contente preparar o meu almoço, que estava uma delícia, e talvez seja por isso que eu tenha me distraído com os meus pensamentos de quão boa cozinheira eu sou e esquecido do perigo que estava a minha frente.

Eu estava feliz e ansiosa pelo Halloween, sempre achei um evento interessante, estava animada para me fantasiar, havia comprado uma fantasia no domingo e estava pronta para assumir meus 8 anos e sair catando doce pela cidade, "Trick or Treat". Mas estraguei meu dia com um descuido daqueles. Como eu disse no parágrafo acima, por um segundo de distração, esqueci que não estava com a luva e pequei com toda força e coragem o cabo da travessa que acabara de sair de um forno de 495 graus por onde ficara por 15 minutos esquentando meu delicioso almoço, não tão delicioso assim depois das duas horas que se passaram quando eu lembrei de come-lo.

Nunca tinha sentido tanta dor na minha vida. Que desespero, queria ligar pra alguém só pra dizer "Tá doendo pra burro"! Mas não tinha ninguém por perto para a qual eu pudesse fazer isso. Ligar pra mamy era judiação, a pobrezinha só iria ficar aflita no Brasil sem poder fazer nada, marido estava trabalhando e uma mulher chorando ao telefone só iria pertubar o resto da tarde que ele ainda tinha. Só me restava chorar com a mão debaixo da torneira, que ainda bem, descia fria como picolé.

O problema é que quando eu tirava a mão da água, a dor voltava insuportável. Não dava nem pra correr até a farmácia. Nesse momento eu declarei amor à todas as farmácias de Colatina, aquelas cujo o qual você liga e eles trazem na sua porta o medicamento requerido, e ainda pode pagar "fiado". Quando enfim consegui pegar um pote, encher de água gelada e colocar a mão dentro, corri no computador e mandei uma mensagem para o marido: SOS esposa aflita mão queimada doendo muito.

Enquanto marido não vinha com uma solução milagrosa da farmácia, eu ficava com a mão submersa na água gelada, de um lado para o outro. Fiquei assim por 3 horas! Quando finalmente ele chegou, tomou um susto com aquela mão inchada dentro de um pode de sorvete (cheio de água, claro) e imediatamente sacou de dentro da sacola farmacêutica o milagre em bisnaga: um Hidratante!

Como assim???? Achei que ele traria uma pomada desenvolvida com tecnologia da NASA, com efeito anestésico instantâneo, que me fizesse sorrir de alegria e esquecer a burrice de botar a mão onde não devia, com penicilina, endorfina, dopamina, lidocaína, benzocaína, anti-ina tudo, mas não... ele me traz um hidratante!

Segundo ele, o farmacêutico, um moço muito simpático e atencioso, disse que queimadura é uma grande desidratação que a pele sofre, como foi queimadura de 2º grau, com surgimento de bolhas, um bom hidratante não oleoso era a solução dos meus problemas. Fiquei com vontade de ir lá tirar satisfação com esse quebeca de uma figa que não tem noção das 3 horas que eu já havia passado com a mão de molho na água das montanhas nevadas, mas a dor era tão grande, que mesmo pensando nisso, espremia a bisnaga de hidratante na minha mão como se fosse uma caixinha de leite condensado numa saborosa fatia de cuscuz.

A dor passou? NÃO! doia pra chuchu, mas com a mão emplastada de creme, não dava pra colocar de volta na água, o que eu fiz? Coloquei no congelador, claro! Aprenda: Nada como um frio congelante para anestesiar a dor (funciona também se você estiver no Canadá durante o inverno, é só abrir a janela).

E então a dor foi aliviando, bemmm devagar, mas aliviando. Pude me deitar e então me entregar ao sono depois das 3 aspirinas que eu havia tomado (porque eu li na internet que era bom pra melhora a dor, melhorou P@#$ nenhuma, só deu sono).

Com isso, o dia passou, a noite chegou e eu não pude aproveitar o Halloween como eu queria. O post que eu havia planejado, com fotos, pesquisas, curiosidades e tudo mais, também não pode ser feito, também não ganhei n-e-n-h-u-m docinho...
=´(

Fica para o ano que vem, né?

Aí, como se não bastasse as aventuras da minha vida, minha garganta que está inflamada desde que o tempo resolveu ficar pertinho dos 0 graus, resolveu parar de funcionar hoje pela manhã. Era dia de pagar o aluguel, fui até a administração do prédio e lá estava o casal que administra aqui. Com a voz rouca e com o inglês de Colatina, tive que fazer mímica pra fazê-los me entender. Ai, o Zé, uma pessoa simpática que só, começou a me passar uma receitinha para melhorar a gripe: Você coloca suco de limão com mel e toma, é muito bom; e sua esposa completou: sim, e está muito frio, não esqueça do cachecol. Coisa mais linda.

E isso porque ele não viu a mão queimada, se tivesse visto, certamente teria passado uma receitinha caseira pra isso também, Zé não me engana, tem cara de que sabe até simpatia pra arrumar casamento... e se ele já não tivesse me dito que é Quebeca, eu desconfiaria de uma conterrânedade entre nós... rsrsrs.

Diz a verdade caro leitor, digno de receitinha de povo de roça, não é mesmo?

Bom, como deu pra perceber, eu já estou bem, a mão já está boa e os dedos perfeitamente funcionando para digitar =D

E num é que o moço da farmácia tinha razão? O uso do tal hidratante fez as bolhas sumirem quase que completamente, nada de manchas vermelhas da queimadura e a dor sumiu. E aí eu comecei a amar a farmácia que sempre tem um farmacêutico lá para te ajudar e ouvir qual é o seu problema e sugerir uma solução eficiente (claro, sempre medicamentos que não precisam de receita porque esses eles não vendem de jeito nenhum, aqui não é Brasil). Que bom que ainda existem farmacêuticos de bom coração e que se compadecem com os exageros alheios e porteiros simpáticos.