Volta às aulas

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Volta às aulas é pra todo mundo. Pra quem está na escola, na creche, na universidade, no curso técnico, na francisação e no curso de inglês também, porque não!

E lá se foi a primeira semana de aula. Com um professor que fala tanto, e tão rápido, 5 dias pareceram 5 semanas! Mas ele tem perdão, filho de italianos, tá no sangue o negócio da tagarelice, eu como boa neta de italianos que sou, perdoo, of course...

Novo período de escola, novos alunos, novas experiências, novos amigos e mais diversão.

Os mundos que se encontram na sala de aula me obrigam a praticar meu esporte favorito, a imitação. Eu adoro ficar imitando os sotaques, e é impressionante como eu posso imitar tão bem os sotaques dos coleguinhas falando inglês e tão péssimo quando eu preciso pronunciar corretamente, engraçado isso.... deve ser porque na infância eu ia mais nas aulas de teatro do que nas de inglês... rsrsrs

Essa maravilhosa diversidade cultural rende o que? Situações engraçadas, claro. E como manda o protocolo de todo bom início de curso, o teacher quer sempre saber o nominho e a procedência do seu povo. O problema é saber dizer o nome da pessoa corretamente (ou sem fazer uma piadinha com eles). Tem cada um, que você não consegue acreditar que esteja lá no registro da pessoa. Da vontade de dizer: me empresta aí o seu PR card pra eu ver se isso é verdade!

Tem uns nomes que são nomes de coisas, Ping (pong), Lig, Xing, Pornó, Piu-Piu... outros que vocês só ouve quando está assistindo o jornal, ou quando vê a novela ou quando lê a bíblia: Hussein, Mustafá, Ibraim, Abraão...

Tem um aluno na sala, coitadinho... que dizer o nome dele é dizer um palavrão em português, sem traduzir, mesmo quando ele próprio pronuncia. Outro dia o professor disse pra ele: "Tenho dificuldade de dizer o seu nome!" Fiquei roxa pra não dar uma gargalhada na sala. Eu traduzi para o Espanhol, Português, Italiano e Francês e o "palavrão" e igual em todos os idiomas, inclusive a grafia, uns com um D a mais, outros a menos... só em Inglês que é bem diferente (ainda bem), ou seja, só os chineses e os árabes que escrevem dezenhinhos não entendem o que quer dizer o nome do cidadão... eu entendo o professor, também tenho dificuldade de dizer o nome dele (sem cair na gargalhada). O que? Qual é o nome dele? É ruim que eu vou dizer, heim... vou não, posso não, quero não, minha mãe não deixa não... rsrsrs

O professor, esse eu já senti que é um dos meus, comete cada gafe... italiano legítimo, só anda no linho, cabelo escovado, vaidoso, cheio de anel e pulsera, sapato lustrado e galanteador, muito galanteador. Ontem comentou que nesse trimestre tem muitos alunos da Moldova (a Moldova existe e eu falo sobre esse país depois) e que as mulheres da Moldova são muito bonitas e disse ainda "bom, as mulheres todas são bonitas, pelo menos eu gosto de todas..." ai, olhou para o mulçumano que estava ao lado e disse: "Você não acha?"

Eu, que estava lá no fundo, ri de chorar. A cara que o mulçumano fez foi impagável. Colocou a mão no rosto, encolheu os ombros, abaixou a cabeça e fez um discreto e quase imperceptível "É né...". Imagina! HARAM dos grandes! Até o Chinês que estava ao lado riu... e isso quer dizer muito pra um Chinês viu, acho que até com dor eles fazem aquelas carinhas de "ta bom, né?" Expremem mais os olhinhos, sorriem e balançam a cabeça consentindo... rsrsrs

E o professor tinha que perguntar logo pra ele com tanto venezuelano, colombiano, peruano, ucraniano e chinês que tinha na sala? Claro que sim, quem mandou ele se meter no meio de tanta gente de tanto lugar com tanta cultura, né? Agora aguenta...rsrs

Mas até todo mundo se conhecer na sala, leva um tempo. Quando eu digo que sou, ou melhor, que venho do Brasil, eu ouço: É mesmo? Achei que fosse da Moldova...

É um lisonjeio pra mim, com certeza. Realmente as pessoas de lá são muito bonitas, homens e mulheres. Também pudera, né? Moldova ou Maldávia (em português) é um pequeno país da Europa Oriental, limitado de um lado pela Ucrânia e pelo outro pela Roménia. Se tornou independente da União Soviética em 1991 e hoje é uma República Parlamentarista. O Canadá recebe muitos imigrantes da Moldova, que fogem de uma economia ruim e uma política corrupta (história conhecida, né?). A população estivamada em 2008 era de 4.128.047, uma população formado por Ucranianos, Russos, Bulgaros, Polacos e Alemães. Pronto, expliquei que a Moldova existe e porque eles são tão bonitos... rsrsrs

Mas não só de Maldoviana eu sou chamada, de Quebeca também. E essa até me surpreendeu. Quando eu digo que não falo francês me perguntam de onde eu sou, e aí eu falo que sou do Brasil e aí dizem "ahh, achei que era daqui..."

Aí tem Brasileiro que reclama quando perguntam se ele é da Colombia, da Venezuela, do México...  mas gente, pelo menos é ali do lado né? Errou por pouco... pior é quando erra tanto como comigo... hahahahaha... ser Brasileiro tem suas vantagens, muitos sabem que lá fala português, principalmente aqueles que gostam de futebol, e todos são simpáticos com você quando sabem disso. É um país querido.

Bom, se uma semana de aula já rendeu tanto assunto, imagina o que está por vir, as aulas vão até 23 de Dezembro! Falando nisso, Dezembro... 2 metros de neve na rua e eu indo pra escola as oito horas da manhã! Tomara que o Papai Noel reconheça meus esforços e me traga um bom presente esse ano! hahahahaha

3 comentários:

  1. Oieeeeeee
    vc está fazendo a francisação em Montreal?
    ou está fazendo algum outro curso?
    A propósito, Adorei seu post!
    Sempre bem divertido e me faz dar boas gargalhadas quando leio...rs

    Abração!
    Tudo de bom pra vc aí... :)
    bjos
    Monique

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  2. Ah... esqueci de perguntar! Qual o nome do aluno que quer dizer um palavrão em português? hahahahahhaa

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  3. que post cheio de informação !
    na época que fiz curso de inglês, em Montreal, não tinha um que quando ouvia Brasil não falasse nome de algum jogador de futebol conhecido...

    abraços;
    Catherine
    http://meetyoutherecanada.blogspot.com

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