Como se vestir no inverno - Parte 1

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Estou planejando esse post tem bastante tempo, não queria escrevê-lo até testar as possibilidades e ter uma melhor opinião. Li muito sobre o assunto (e todo mundo que está no processo), mas só mesmo depois de chegar aqui é que a gente pode entender o que é esse frio de verdade, coisa de doer os ossos. Apesar de ainda não ter definido qual é a melhor (mais a frente você entenderá porque) acho que está na hora de falar sobre o assunto e eliminar a possibilidade de que alguém lá do Sul coloque meu nome na boca do sapo, sabe? Rsrsrsrs

Quando eu terminei de escrever esse post, percebi que ele estava quilométrico e para que ele não ficasse infinito e eu acabasse cortando um monte de coisas, eu vou dividi-lo em partes, mas prometo que vou publica-las em seqüência.

Mas antes, deixa eu começar contando minha última desventura, que foi...  Num belo domingo de sol, com temperaturas em torno de 16 graus ne-ga-ti-vos (sim, um lindo sol = grande possibilidade de muito frio), me achando a verdadeira canadense, coloquei minha botinha de couro estilo-frio-de-festa-junina-no-Rio e fui linda e saltitante almoçar fora. "Vou pegar o ônibus aqui, vou saltar lá na porta do restaurante, a calçada está toda limpinha e salgadinha, ahhh.. vou colocar essa bota de neve trambolhuda e queimar o filme de toda minha produção? Não mesmo!" pensei eu toda alegrinha. Até este dia, eu achava que em Montreal, uma cidade com quase o mesmo tamanho que o Maracanã, todos tinham direitos iguais, inclusive o de ter calçadas limpinhas após quilos de tempestades de neve. Me enganei. Pra piorar a situação, chego lá no restaurante e descubro que ele tinha mudado de endereço, então eu tive que pegar outro ônibus, mudando totalmente os planos (pega outro busão - salta lá - pega de volta - casa), como se já não bastasse, quando cheguei lá no tal novo endereço, o ponto nem era perto do restaurante e eu me deparei com uma calçada com uns 10 centímetros de gelo. Isso mesmo, gelo! O que quer dizer que fazia era tempo que um tratorzinho não passava por lá. O que muito me estranhou, porque aqui no meu bairro eles começam a passar antes mesmo da neve cair.

Na hora de voltar para casa, já tinha escurecido (saco de inverno que escurece às 4 da tarde), a temperatura tinha caído mais ainda e eu precisei esperar pelo ônibus durante 5 minutos sobre uma pedra de gelo que cobria toda a calçada. O que pode significar pouco, mas eu pude sentir a friagem nos pés. Se eu estivesse com a bota de neve, não teria evitado a patinação no gelo (já que ela não tem travas de metal) mas teria evitado esfriar o pé, porque ela tem isolamento pra isso. O resultado de tudo foi 15 dias de tosse, garganta inflamada e febre, num lugar onde não tem chazinho da mamãe, nem sopinha da mamãe, nem denguinho da mamãe nem sessão da tarde para moribundos gripados do sofá da sala.

Lição do dia: não vou pensar duas vezes, estando sol ou não, vento ou não, neve ou não, -1 ou -20, vou me vestir como se estivesse indo para Oymyakon!!!

Mas de uma coisa isso tudo prestou, meu estado profundo de gripe me deixou de molho aqui debaixo do edredom e com tempo e alguma energia pra enfim, começar a escrever esse post.

Agora você já sabe que a bota é fator importante e determinante na sua sobrevivência no gelo, não é verdade? Mas é só isso? Né não meu povo! Cada parte do seu corpo que ficar despreparada ou desprotegida do frio vai comprometer todas as outras. Não adianta ter o casaco mais sensacional, a bota mais incrível e a  calça mais térmica do mundo e deixar a cabeça ou as mãos desprotegidas. O arsenal de guerra tem que ser completo, senão você não consegue chegar no ponto de ônibus.

Então vamos começar, e vamos por partes. Mas isso, só no próximo post!

Inté lá!

3 comentários:

  1. Olá, gostei muito, infelizmente, ri um bocado da sua desgraça,rsr...
    Estou aguardando o to be continued.....

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  2. Oi Tania!

    O objetivo do blog é esse, informar e divertir!!!

    Beijoss

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