Adeus Quebec

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Eu me lembro da primeira conversa que tive com marido sobre o Canadá. Lembro do lugar onde estávamos e exatamente a conversa que tivemos. Ele me trazia uma espécia de cartão postal do Quebec, que foi parar nas mãos dele até hoje não sabemos como. Era uma propagando do governo. Nesse dia, marido pessoa dedicada que é, já havia pesquisado quilômetros de informação sobre o processo de imigração e me contou sobre o que se tratava essa história. Na parede do quarto onde estávamos tinha um mapa mundi, eu levantei, olhei para o mapa, coloquei o dedo bem em cima do Canadá, fiz cara de interrogação e então perguntei: "Quanto tempo de voo?" Meio que sem entender a pergunta (afinal, tantas informações e eu queria saber justo quantas horas de voo?) ele respondeu: "Acho que umas 12 horas". Ainda com os olhos no mapa e os dedos postos como copaço medindo a distância entre o Brasil e o Canadá, respondi: "beleza então... mesmo tempo que gasto do Rio pra Colatina no busão pau de arara pra ver mamãe... vamos quando pro Canadá?" Lembro perfeitamente da cara de incrédulo dele, tentando entender se eu estava fazendo uma piada ou falando sério.

Eu estava falando sério...

É claro que naquele primeiro momento "vamos quando?" era mesmo uma piada. Até parece que é tão fácil assim, né? Eu mesma não tinha muita noção do que era tudo isso. O que era Canadá, o que era o Quebec... mas foi naquele exato momento que nasceu essa vontade de mudar e aceitar esse desafio. Lá naquele apartamento em Copacabana, nós dois começávamos o nosso grande negocio que era imigrar. Um colocou a lenha, o outro acendeu o fogo, e logo começamos todo aquele blá blá blá de processo, de espera, angustia, vida parada... que todos os candidatos a imigrantes já estão cansados de saber. Estuda daqui, pesquisa de lá, abre a mão de uma coisa, se adapta a outras, se despede, se desapega, se apega outra vez... e quando tudo parecia já estar entrando nos eixos novamente, a duplinha de coragem sem limites dá a louca no cabeçote e resolve começar tudo outra vez.

O Quebec não foi exatamente a primeira opção no processo de imigração, foi a oportunidade, eu gosto dessa ideia, e ela é a pura verdade... Quebec foi a oportunidade, mas aí eu entro em outro assunto, e acho melhor deixar isso para um novo post...

Por enquanto fica a despedida do Quebec, um lugar que eu aprendi a gostar... um outro país dendro do Canadá. Um lugar com suas qualidades e seus defeitos. Meu coração ficou maior quando eu aprendi gostar de Montreal, e ficou triste quando o deixei... para trás fica a primeira experiência Canadense, ficam amigos, um caminho que começou a ser traçado desde lá do Brasil, momentos de tristeza e de muitas alegrias... e fica também, deixado sobre a estante de livros já vazia, o postal presente desde o começo dessa história...

Até qualquer dia, Montreal...
Au revoir, Quebec...


3 comentários:

  1. Olá...
    Lhe desejo toda felicidade nessa nova fase que está começando! Seja feliz! E quando for à Montréal avise para que possamos tomar um cafezinho! :)
    Até qualquer dia... seja em Québec ou em Ontário. :)

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  2. Mais uma vez irão conquistar um novo ambiente, novos amigos... Parabéns!

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  3. Obrigada gente!
    A mudança foi mais estressante do que eu imaginava que poderia ser, mas estou conseguindo colocar tudo em ordem e devagarinho, vamô que vamô!!!

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